A juventude


Tento fugir da minha própria idade, escapar da minha própria falta de experiência, tentando encontrar na observação e nos conselhos o que me liberte dessa juventude que a tudo desorienta. Mas não... Não dá!
É como se essa fase fosse o maior dos castigos, que a todos vem em forma graciosa. Tanta vida pulsando pelo corpo inteiro, mas nada para aniquilar os desassossegos que tanta vida nos causa. Tudo parece urgente, emergente, sem motivos. Sendo que só o uso da palavra “tudo” já denuncia minhas limitações. Uma jovem talvez com tantas inconformidades vencidas, que agora se encontram perdidas, em meio às desilusões que já passei e sem notar acumulei. Os mais velhos então sussurram: “Oh, isso não é novidade e nem para tanto alarde! Afinal, quem é que não passa por elas, as dificuldades?”
Tento encontrar em minhas próprias vivências, soluções que me abasteçam de fé. Uma fé que me ajude a acreditar em mim. Apesar de todos os desastres que já fiz. Agora seria um bom momento pra uma segunda chance de provar que apesar da imaturidade, a minha força compensa. Posso não dar conta de mim mesma tantas vezes, tendo de ser auxiliada. Mas quem nessa vida permaneceria sozinho? Os mais velhos então respondem: “Nem nós mesmos com todo nosso conhecimento...”
Tento fugir da minha própria idade, mal sabendo eu que ela revelará a mim mesma, mal percebendo que ela será em toda minha história o auge das minhas conquistas. Logo cada fase tem sua necessidade extrema, seja como ela passe, seja quem passe conosco por ela... O importante é vencê-la, mas não como se fosse uma guerra, mas uma viagem sem porto. A vida não tem retorno.
Cada etapa, por mais inconstante e complicada, deve ser valorizada. E se possível, valorizada como de todas a mais feliz. Por quê? Porque isso eu já aprendi, onde estamos é sempre um presente.


Assinado: Jotaefe Oliveira.
/Foto de Joel Sossa

0 comments:

Postar um comentário

 

Blog Archive

Visits