Assunto

Vamos mudar de assunto, mudar o rumo dessa conversa, dessa vida, mudar a dimensão. Essa pauta não serve de pauta pra mais nenhuma ação.

Vamos logo sair desse nível, elevar os critérios, reformular as premissas, substituir variáveis e fazer adequações. E vamos, por favor, falar de outra coisa, de qualquer coisa que realmente seja importante, relevante e de preferência algo presente. Dissertar sobre essa vida, esquecer a morte de cada dia, eximir de uma vez por todas as culpas - mas que culpas? (Risos...)

Saia dessa zona, vamos instituir uma ordem, nos arrumar. Ajeita essa conversa, melhora esses argumentos, coloca sabedoria nesses questionamentos, e o básico: vamos exercitar a audição.

Antes de qualquer fala: calma. Esvazia, pensa novo. De novo não! De novo nada. O novo tudo. Só muda esse assunto, não tem razão essa preocupação. Se ocupa de harmonias, do que tem alma bonita e espírito são. E pra isso é fundamental achar quem tem coração e não tem medo da revelação.

Ninguém vive de fachada - por mais que alguns tenham nada dentro de casa. Isso que se ouve ou quase tudo que se fala não é razão, nem talvez a real, para esses seres de pouco coração. Quero emoção nessas frases, vibração, positividade, tesão. Quem convide pra entrar dentro de casa, nem que seja pra sentar no chão da varanda com conversa fiada, ou jogar conversa fora sentados no sofá da sala (bagunçada e sem televisão), tomar café e comer pão.

Quem ostenta leveza, entende sua privacidade e odeia privar-se, gosto mesmo é de conversar com gente assim! Não com aqueles que falam, falam e no final agradeceria se tivessem permanecido calados. Mas aqueles que verbalizam simplicidade. Vamos nos levar nesses papinhos gostosos, bobos, soltos, tranquilos. Trocar experiências - sem divisões de temas e respeito às opiniões. Nada de oposições de egos, guerras ou retaliações.

Nada de ficar falando de amor - falar dele é patético e difícil. Prefiro o amor como intermediador das expressões, das relações, soltando amarras, banhando tudo de dentro pra fora, do que tê-lo sempre boiando em nossas palavras.

Vamos seguir em paz com qualquer tema. Seguir: em frente. Seguir: pra outro, outro rumo. Já que não tem vida nesse assunto - só há previsibilidade nesse sujeito e as mesmas cansativas orações - então prefiro mesmo tampar os ouvidos, ficar muda, eu fujo e até grito se continuar nisso... Manter esse marasmo como motivo ou questão, apenas: não.


Assinado: Jéssica Flávia Oliveira.
/Ilustrações de Autores Desconhecidos

 

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