Eleva-me

Tira-me do raso, leva-me pro fundo. Cansei do morno, eu quero fogo!
Quero que ele queime, que ele clareie ao incendiar. Quero mais! Quero saber.
Não quero só a tranquilidade do receber e do ouvir.
Quero a angústia do "eu não sei" me desafiando a caminhar, a me confrontar, a me desfazer...
Para então eu me recompor em um mais evoluído ser.

Eu quero entender. Deixe-me ver. Tire o que me cega. Aviva o que me cativa.
Mais alto, mais longe - me leve! Me leve ao céu e me esqueça por lá. Não me lembre de voltar...
Mostre-me motivos para eu refazer as minhas convicções. Motivos para acreditar no sobrenatural. Ao admirá-lo vindo em minha direção.

Ensina-me muito! Sei que não aprenderei tudo. Mas dá-me ao menos a sabedoria de jamais desacreditar. E se alguma duvida me cercar, que me faça bem, que me faça perguntar, que seja você me incentivando a pensar e a crescer.

Quero a vida no seu modo natural - dificilmente simples. Moldada por minhas escolhas - as erradas e as certas - e surpreendida pelos confrontos. Em um eixo que só gira deixando a maioria tonto. ...que eu não seja essa maioria!

Que eu não perca a consciência, ainda que eu sofra alguns tombos. Eu sei que vou cair - tantas outras vezes. Mas que eu seja flexível comigo mesma na queda. Entendendo as minhas fragilidades. Sem deixar de tentar, de tentar acertar... Sem me habituar com o chão.

Que eu seja a sinceridade que sempre pedi.
Que eu seja persistente nas incertezas em busca do verdadeiro.
Que no escuro eu não precise de velas.

Não deixe eu me perder nos meus dias. Não deixe a rotina me dominar.
Não quero as coisas prontas e definidas. Quero duelos, oportunidades, movimento, ousadia.
Quero menos bagagens e mais vida. Poder respirar o que eu entendo por paz.
Quero o meu perdão - me aceitar, me querer, me entender.

Que tudo o que for perdido seja na verdade abandonado para deixar um espaço vazio para algo melhor ocupar.

Não será sempre que vou precisar da minha voz. Sei que encontrarei tesouros no silêncio. Mas se for pra eu falar, que soe um som bonito - em tom azul, uma nota audaz, cheia de emoção.

Com e às vezes sem rumo... Que eu não saiba de tudo!
Porque só assim terei a novidade me dando novas razões misturadas em sorrisos.
Que meu maior dilema seja me esquecer ou me encontrar... Na liberdade.

Assinado: Jotaefe Oliveira.
/Foto de Autor Desconhecido


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