Sobre esse mundo

Estou vivendo em um mundo onde a mentira conforta e a verdade incomoda. Onde as mentiras acabam se tornando verdades de tão repetidas. Onde a verdade causa medo e é sempre uma visita inconveniente.

Estou vivendo em um mundo de hipócritas. Pessoas que dizem amar umas as outras, mas que não conseguem sustentar esse amor por falta de verdade e fidelidade. Estou em um mundo onde as pessoas traem umas as outras com palavras, traem em pensamento, traem com beijos e abraços secos e amargos. Nesse mundo, o falso se tornou normal e a anormalidade é ser sincero.

Estou vivendo num mundo de suicidas. Pessoas que se acham tão sábias que acabam se tornando arrogantes, orgulhosas e por isso a cada dia de vida se destroem um pouco. Não sei nomear agora alguma doença que seja pior que o orgulho. Tenho visto pessoas tão orgulhosas a ponto de não aceitarem nem a si mesmas, pessoas que explodem na emoção, explodem na raiva e alteram a voz facilmente com qualquer um pelo simples fato de não terem as circunstâncias ou as opiniões de acordo com suas vontades. Nesse mundo em que vivo o orgulho está por toda parte e ele impede tantas pessoas de serem felizes. Porque para alcançar a felicidade temos de nos entregar ao amor e servir. Não há alegria maior do que fazer quem amamos feliz. E para que isso se torne realidade é necessário nos rendermos ao amor, à pessoa amada, às nossas fraquezas, às nossas limitações e doar sem exigir algo em troca. Para os orgulhosos isso, sem que eles percebam e assumam, é inadmissível.

Estou vivendo em um mundo onde o rancor se tornou o ar que se respira. Como se as mágoas não pudessem mais ser evitadas. As pessoas além de não se importarem com os sentimentos das outras ainda se acham no direito de guardar rancor. Esses, porém não matam apenas a si mesmos, mas os sonhos e as boas oportunidades que a vida oferece a cada novo dia. Estou falando da oportunidade de recomeçar, de perdoar e sorrir por estar livre das algemas do passado a cada novo nascer do sol.

Eu estou cansada desse mundo onde até o vento sopra pesado. Estou cansada de lutar contra a malícia, a ausência de paz nos corações. Como posso desejar um mundo melhor se as pessoas que moram nele só pioram?

Humanos... Um mundo de humanos. Não são todos os humanos que praticam a infelicidade de não saber amar. Conheço nesse mundo que vivo pessoas muito transparentes e que não se perdem nos discursos e nas belas teorias, mas que fielmente vivem o que pregam.

Desse mundo em que vivo eu não espero muita coisa boa. Eu só queria que meu coração não fosse invadido por tanta estupidez e brutalidade, não quero perder a virtude de perdoar e continuar. Não quero aprender a dar as costas para quem sofre e para quem precisa. Eu não quero falar de mudar o mundo, não estou me referindo a solidariedade... Quero me referir a família. É na família que são construídas as bases desse mundo que se mostra cada vez mais perdido em seus próprios caminhos...

Eu só quero que as famílias saibam o quanto elas são importantes. Gostaria que o amor de mãe não faltasse a ninguém. Pudera eu fazer com que todos os pais fossem bons pais, bons maridos, bons no caráter. E os filhos? Por que para alguns é tão difícil respeitar?

Eu aprendi que se na maior escola que se chama família a gente não aprender a amar então dificilmente alguma outra pessoa ou circunstância vai ensinar. Deus criou a família para ser o maior reflexo de união, amor e paz. Mas nem todos aceitam isso e procuram isso em outros lugares... Bom seria se todos descobrissem que o maior altar onde Deus pode ser adorado é no aconchego do lar da família que entenderam o que é ser família.

Estou vivendo num mundo que graças a Deus não é a minha casa, não é onde para sempre eu vou morar. Mas isso não me impede nenhum pouco de criticá-lo. Pois aqui estou e se eu não gritar as verdades que alguns preferem nem comentar, então vou me tornar como aqueles que critico e repudio. Por esse e outros motivos é que prefiro dizer, não está certo esse mundo... Não ouso dizer que sou completamente certa. Mas eu pelo menos não fujo da verdade por mais que ela machuque.

Assinado: Jotaefe Oliveira.
/Foto de Walter Scappini


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