O que tem valor? O que é importante? O que aprecio, admiro, o que amo? A resposta dessas perguntas revelam todas as possibilidade de me machucar, indicam onde há vulnerabilidade em mim.
Se não me importasse, se não tivesse valor pra mim, simplesmente não me atingiria, não me abalaria, eu simplesmente ignoraria. Mas é como se eu tivesse dado o controle para outro. Faltando lá, me diminui aqui. O abandono de lá, me amedronta aqui. Cada ação lá, reação daqui.
Sou minha dor, sou meu medo, sou minha culpa. Sou amor e importâncias em demasia, que me desequilibram, desorientam, afundam.
E quando o que admiramos, amamos, apreciamos, nos desaponta, nos decepciona, o resultado disso com orgulho é: um massacre de crueldades, amarguras, rancor, destruição. O orgulhoso quer a rebeldia e o grito do “Você não tinha o direito. Você merece troco, desprezo.” Com orgulho, as feridas e sentimentos negativos, nos fecham, nos endurecem, mais rudes nos tornamos.
Mas não! Orgulho não me descreve... Me esquivei pra outro extremo. Somei minhas permissões e vulnerabilidades com cego altruísmo. O que significa que diante descontentamentos, a dor é duplamente minha, quero tomar a dor do outro, como se eu devesse e merecesse sofrer sozinha. O que significa que não tenho medo, me faço medo. E a culpa? Eu acabo patenteando - digo ao mundo: "Não se preocupe, fique bem, eu aguento, sozinha, pois (sinto que) mereço, é minha essa culpa." Renuncio meus direitos. Transfiro toda razão pra outros e acabo aceitando todas as pedras que lançam. Com sufocante altruísmo, corrompo minha sensatez e por vezes repito: Cada centímetro dessa dor, construí. Cada litro desse medo, eu tomo. Cada grama dessa culpa, eu compro.
No fim, o meu fim eu que determinei. Se eu sumir em meio a cada sentimento ruim, será porque eu mesma me apaguei. Ou entreguei a borracha pra alguém e disse: “Faça como quiser. (estupidamente, sinto que) Mereço todo esse mal.” Afinal, não foi eu que o permiti?
Assinado: Jéssica Flávia Oliveira.
/Foto de Autor Desconhecido.
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