Novo velho

São muitas lamentações para poucas atitudes. Muito cansaço para pouco trabalho. São muitas duvidas para poucas buscas. Uma chateação exagerada, um descontentamento muito falado e poucas atitudes para revertê-lo.
O que muito incomoda, provoca mudanças. Precisamos ser incomodados para tomarmos determinados posicionamentos, para tomarmos alguma postura. Não há mudança onde não há um coração novo, uma mente nova, uma atitude que seja.
Ouço muitas reclamações referindo aos resultados, aos acontecimentos, mas tão pouco empenho em reverter à situação e solucionar os problemas. E quem é que nunca reclamou ou se permitiu um pouco de preguiça? Mas e quem sempre se dá por vencido por esses dois?
São muitos espaços vazios sem nada que os preencha. Muitas horas perdidas para muita falta de tempo. Muita vontade de viver o novo, para tantas atitudes velhas. Muitos papéis em branco para poucos planos, ou muitos planos para pouca vontade. Pernas, mãos, braços, muita saúde desperdiçada em displicência e ócio.
Revolução, novidades, sabedoria, felicidade, nada alcançado com tranquilidade e facilidade. Lugar algum chega sem antes termos caminhado. Uma lógica tão simples, o difícil é o impulso para os primeiros passos ou termos para onde ir.
"O mundo" se concentra na celebração de um novo ano, que na essência, nada tem de novo. Celebremos o que de bom vivemos e o presente. Pois não temos nem a certeza do amanhã, do daqui a pouco. E um novo ano depende do novo em nós, da novidade em nós. Por isso é tão praticamente impossível cumprir as promessas de final/início de ano. Pois a promessa de mudança se afirma em uma estrutura velha, falida. Avistamos o sol no horizonte, nascendo, e já decretamos um novo dia, que não é novo, é outro, outro dia, outra oportunidade de alcançar o novo.
Deus nos ensina sobre o novo, mas também sobre a constância, que juntando essas sabedorias, todo dia ele põe diante de nós a esperança - repetindo a novidade. Percebemos isso ao contemplarmos o céu todos os dias, que está baseado no ontem, mas renovado. Deus fazendo o novo todos os dias enquanto outros muitos permanecem ainda no marasmo. É muito velharia para poucos museus. Muitas oportunidades, muito futuro sendo alcançado para muito passado exaltado.
Celebrarei o que eu tenho: necessidade de prosseguir melhor. A necessidade deve ser sim celebrada, ela é minha motivação. Celebrarei o ano que passou, em ações de graças a Deus que até aqui me ajudou, embora quisesse ter me ajudado mais, mas aquele meu traiçoeiro desejo de independência me priva desses cuidados... Celebrarei então as chances de todos os dias, de todos os instantes, de ser mais, ter mais, poder mais.
Nada fácil, nada pronto, tudo tem um preço. E na maioria dos casos, a atitude em direção ao objetivo, em si, já paga esse preço.

Assinado: Jotaefe Oliveira.
/Foto de Like Sharratt


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