Reunir letras

Abrigo em meu ser à alegria de poder ler, a alegria de ler e compreender, o prazer de ler e pensar. Essa mesma alegria cultiva minhas críticas, minhas ideias, meus ideais, cultiva minha busca pelo saber, pelo entender, pelo conhecer.
De modo infeliz, não são todos que sabem ler. E mais infeliz ainda são os que sabem e não leem, ou os que leem e não reagem ao que seus olhos contemplam, ofuscando assim seu poder de refletir, sua condição de raciocinar.
Ao ler, sinto como se facilmente conseguisse enriquecer meus dias, enriquecer meu ser. Devo então gratidão por ter essa honra de saber ler, ter o céu revelado cada vez que textos me confrontam, que pensamentos de outros me encontram. Gratidão por aqueles que ordenadamente juntaram palavras, guiados por alguma motivação e conhecimento. Por aqueles que se empenharam em cultivar as minhas perguntas e auxiliar nas minhas respostas, sem nem me conhecerem. Gratidão aos (bons) escritores que “conheci”.
Admiro os escritores por sua estranha forma de liberdade. Eles se perdem na solidão dos pensamentos e ali encontram uma de suas melhores companhias, a escrita. Eles vivem a liberdade de pensar e ainda se submetem ao vício das linhas, das frases, ainda se submetem a limitação das definições, a limitação das palavras. Admiro esses que investiram tempo transformando a monotonia em aventura, preenchendo o vazio com imaginação, com algum conteúdo que possui valor.
Lendo, apaixonei-me pela escrita. Escrevendo, casei-me com a razão. E nessa relação, nada teria sentido se não fosse a faculdade de sentir.

Assinado: Jotaefe Oliveira.
/Foto de Martin Cauchon

25 de Julho, dia do escritor.
"Escrever, a arte de cortar palavras." - Carlos Drummond de Andrade.


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