Eles

Eles me vigiam, eles filmam meus movimentos. Eles temem por minhas escolhas. Eles querem que eu seja como eles pensam que eu devo ser. Eu nunca sou o que eles pensam.

Eles me enxergam com os olhos deles - um vidro embaçado por suas próprias experiências, por suas próprias dores, seus medos, suas perdas. Eles me orientam segurando. Não aceitam que eu tenha minhas pernas, minhas mãos. Eles estão insatisfeitos. Não sigo seus passos.

Não me defino pelos seus conselhos. Não quero me definhar. Rebeldia está longe dos meus parâmetros, mas para muitos esse meu modo de falar já me revela como rebelde. O que não percebem é que rebelar-se contra os maus sentimentos, contra as gaiolas, não é maldição, é atrair bençãos, liberdade.

Abençoem-me. Me abençoem sem peso e deixem eu caminhar. Prosseguir. Não regredir. Não estou indo embora, estou emancipando direitos. Não maltrato os seus valores e nem piso neles. Os respeito.

Enxerguem-me com amor e como outro, não um discípulo, não como vidro, não como pequena e indefesa. Tenho meus bons sentimentos, sou pura em minhas escolhas, sou grande em minhas esperanças, vislumbro simplicidade e leveza.

Não me levem, permitam-me ser leve. E assim sejam também.

Assinado: Jéssica Flávia Oliveira.


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