Como sou, que seja


Não sou passageira
Nem sempre prática
Sou problemática
Sou demorada

Me convence o amável
Me leva o sábio
Me cativa o risonho
Me conquista o sincero

Pode ser chato ler sempre sobre mim
Ou pode ser que em mim você consiga ver você
Eu escrevo conversando comigo tentando apenas entender meus porquês

Não sei deixar
Levo sempre comigo mesmo que seja o perfume
Não sei dizer o motivo de às vezes tanto me importar

Me vejo na poeira detrás da estante
Me vejo na chuva forte e constante
No vestido elegante

Não sou conveniente
Sou o despertar no silêncio da culpa
Sou o mistério

Me fiz desonesta comigo, me engano fácil
Engano os outros ao me esconder em meus sorrisos
Cotidiano cruel de quem experimenta o amargo todos os dias

Eu sou agitação
Em pleno alto mar
Não me contenho em simplesmente estar ou respirar

Minha voz é meu poder
Sobre o que sinto, sobre o que vejo, sobre meu mundo
Delimito tudo ao falar

Se invisto em continuar sendo meus defeitos e eu
É porque alguma virtude veio me consolar
Por mais cisco que ela em mim seja

Sou um Jota e um Efe
De Oliveira
Agridoce

Constante na mudança
Constante no cultivo da transparência e da simplicidade
Mas não me peça para simplificar, quase não sei resumir

Perder não me desanima
Mas não ter por onde recomeçar sim
Encontro dificuldade em me despedir

Como tudo que sou
Só um pouco sei que sou, mas que seja, que eu continue assim
Qualquer coisa, acredito, é melhor do que não ser

Eu sempre fui amada
Por Deus, por minha família, por meus amigos
E hoje... Sou amada por mim.

Assinado: Jotaefe Oliveira.
/Foto de Savina Gost

1 comments:

  1. Perfeitóh! Jéssica ficou lindo é como se estivesse vendo você na frente, e olha que nem nos conhecemos pessoalmente ... hehe ... Parabéns!!

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