Até me fez bem


As bagagens que eu estava carregando estavam muito pesadas. Meu destino a cada passo que eu dava parecia estar mais longe. As pessoas que desde o princípio caminhavam ao meu lado, aos poucos foram ficando para trás. Achei que conseguiria continuar, apesar do peso, apesar da distância, das perdas, mas não. Parei. 

Parei no meio da estrada. Parei sozinha. Pensei. Demorei a voltar a caminhar, mas voltei. Não voltei cheia de esperanças, cheia de alegrias e muito menos cheia de vontades. Mas eu tenho motivos. Motivos que me fizeram voltar a caminhar. Voltei.

Parar não foi tão ruim. Fez-me refletir melhor, enxergar melhor, entender meus sentimentos, meus erros, meus acertos, reavaliar meus objetivos, reavaliar a minha caminhada, ver quem de fato está comigo. Parei, mudei, voltei.

Meu fardo não pesa mais como antes. Minha alegria já não está tão vulnerável. Meus objetivos estão mais firmados. Minha caminhada mais segura. Não sinto como se tivesse perdido tempo ao parar no meio da estrada. Mas como se tivesse concertado algumas coisas. Para que lá na frente eu não sinta que já não tem como continuar, para que amanhã o arrependimento não me vença e a certeza de passos bem dados seja maior que qualquer vento forte.

Desistir não foi de todo ruim, minhas lágrimas não foram em vão ou apenas uma expressão de toda aquela dor. Parar me valeu mais do que umas horas de descanso. Tudo o que de ruim me aconteceu, até me fez bem! E eu sei que ainda vou descobrir tantos outros benefícios que essa tempestade toda me trouxe.

Assinado:  Jotaefe Oliveira.
/Foto de Autor Desconhecido

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